Todos os valores, objetivos e hábitos do mundo moderno favorecem o aparecimento de quadros de ansiedade. A velocidade dos acontecimentos, a falta de tempo livre para realizar as atividades do dia a dia e a pressão pela conquista do sucesso acabam por gerar um sentimento de euforia em busca do inalcançável, ao mesmo tempo em que a frustração está constantemente presente.
A ansiedade, junto com o estresse e a depressão, pode ser considerada um dos males do nosso século.
Do ponto de vista médico a ansiedade nada mais é do que um sintoma disfuncional da personalidade que acarreta um conjunto de sensações físicas e psicológicas, um sentimento vago e desagradável de medo e tensão que surge com a antecipação de perigo ou uma apreensão em relação ao sofrimento futuro.
Através de um ponto de vista positivo é o gatilho que faz com que o indivíduo esteja sempre em ação e alerta a todos os riscos. É um mecanismo natural. Porém, pode se tornar uma doença grave, que se desdobra em muitos males, como fobias e alguns tipos de transtorno – do pânico, obsessivo-compulsivo, de estresse pós-traumático, de ansiedade social ou de ansiedade generalizada, por exemplo.
Propomos aqui maneiras de encarar os sintomas de ansiedade de forma mais positiva e, quem sabe assim, diminuir a angústia com relação a esse sentimento:
O ANSIOSO COSTUMA…
1. ANTECIPAR O RISCO
Essa é uma situação natural a todas as pessoas e graças a esse mecanismo, a humanidade aprendeu a sobreviver diante dos perigos da natureza e evoluiu enquanto sociedade. Porém, essa característica está presente mais fortemente em alguns indivíduos, dando asas à imaginação para as mais variadas situações de perigo, podendo levar à paranóia.
O desafio está em dosar as reações no nosso corpo e fazer uma leitura saudável do entorno, tomando mais medidas de segurança e prevenção, por exemplo. Mas o segredo está em analisar os fatores desencorajadores racionalmente, e se eles forem desproporcionais, é hora de seguir em frente.
“Eu só posso lhe mostrar a porta. Você tem que atravessá-la”
2. TER A SENSAÇÃO DE QUE NÃO ESTÁ NO CONTROLE
Sensação de dúvidas com relação ao futuro e este sentimento é entendido como um descompasso entre expectativas e ideais: uma inquietação ao lidar com incertezas que também pode levar a manifestações físicas no corpo e depressão.
“Não pense que é capaz. Saiba que é.”
3. TER DIFICULDADES PARA ESPERAR
A velocidade e intensidade do mundo moderno cria a sensação constante de espera por algo a acontecer. A frustração se apresenta quando algo não caminha nesse ritmo tão veloz. Não é à toa que pessoas que moram em grandes cidades, cujo ritmo é mais acelerado e com 24h em funcionamento, se sintam impacientes em cidades menores, onde o ritmo é mais lento e natural.
Qualquer pessoa pode mudar sua referência e seus hábitos de vida a fim de adotar um ritmo mais devagar, aprendendo a curtir o presente acima de tudo, e, portanto, tornando-se mais paciente. Essa pode ser uma boa forma de trabalhar a ansiedade.
“Há uma grande diferença entre saber o caminho e percorrer o caminho.”
4. TER A MENTE SEMPRE TRABALHANDO
A pessoa ansiosa tem a sensação de estar sempre cansada, mesmo quando o corpo está em repouso, a mente está em intenso funcionamento, memorizando, planejando e recebendo diversos tipos de estímulos ao mesmo tempo. Esse fato colabora com aumento significativo do cortisol, hormônio que em excesso causa o estresse, já que traz a sensação de estarmos sempre despertos.
A reversão desse quadro está no chamado “tempo vazio”, condição em que o silêncio e concentração propicia o relaxamento e esvaziamento da mente. Realizar uma atividade de cada vez e o exercício de funções que coloquem o ansioso em contato com sensações, como música, arte e até mesmo atividades físicas ao ar livre é uma forma de trabalhar a ansiedade causada pelo excesso de estímulos.
“Um dia de cada vez, para não perder as boas surpresas da vida”.