A ansiedade é um distúrbio que vem preocupando a cardiologia em todo o mundo. De modo geral, ansiedade é uma reação normal em situações que podem provocar expectativas, insegurança, medo ou dúvidas. No entanto, quando esse sentimento é negativo ou paralisante, algo está errado, e chega um momento no qual a ansiedade afeta o coração.
A ansiedade em excesso faz mal ao organismo, já que quando seu nível é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa sofrimento e interfere na qualidade de vida, gerando diversos sintomas físicos, além dos emocionais que afetam o desempenho familiar, social e profissional dos indivíduos. Para o sistema cardiovascular, os danos são reais e cada vez mais comuns. Continue lendo para saber mais!
Efeitos da ansiedade no corpo
Os relatos de episódios de ansiedade relacionados ao estresse do dia-a-dia e a influência deles no desenvolvimento da doença arterial coronária se mostram cada vez mais frequente, inclusive com a possibilidade de infarto do miocárdio, até mesmo em pacientes jovens. O tema preocupa tanto que já foi motivo de estudo, como o relato de caso infarto agudo do miocárdio em um adulto jovem.
O transtorno da ansiedade afeta o coração e pode gerar uma série de efeitos no corpo, como acelerar os batimentos cardíacos, levar ao mecanismo de vasoconstrição (diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos) e o aparecimento da hipertensão arterial, obesidade e diabetes. Em pessoas com carga genética ou fator de risco, como o tabagismo, por exemplo, a consequência pode apresentar o desenvolvimento mais rápido da doença arterial coronária.
Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial
O aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial é uma resposta fisiológica imediata que muitas pessoas experimentam em situações de ansiedade. Quando nos sentimos ansiosos, nosso corpo ativa o sistema nervoso simpático, desencadeando reações em série que preparam o organismo para a “luta ou fuga”. Antigamente, esse mecanismo evolutivo se mostrou vital para a sobrevivência dos nossos ancestrais diante de ameaças físicas, mas em um contexto moderno, pode se tornar um fardo para a saúde cardiovascular.
A ansiedade desencadeia a liberação de hormônios do estresse, como a adrenalina e o cortisol. A adrenalina possui várias funções benéficas no corpo, mas quando falamos de ansiedade, ela aumenta a frequência cardíaca e a força das contrações cardíacas, impulsionando o sangue a circular mais rapidamente pelo corpo com uma frequência mais alta do que o normal. Esse aumento repentino na atividade cardiovascular normalmente é uma tentativa do corpo de se preparar para uma ação rápida diante da percebida ameaça, mas quando a ansiedade é crônica, essa resposta persistente pode sobrecarregar o coração.
A pressão arterial também é afetada pela ansiedade, pois a vasoconstrição (o estreitamento dos vasos sanguíneos), é um mecanismo desencadeado pelo sistema nervoso simpático durante episódios de ansiedade. Isso resulta em um aumento da pressão arterial, e em casos de crises de ansiedade frequentes e por longos períodos, pode levar a danos nas artérias e contribuir para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares, como a hipertensão.
Arritmias cardíacas
As arritmias cardíacas são distúrbios no ritmo ou na frequência dos batimentos cardíacos, podendo ser rápidas (taquicardia), lentas (bradicardia) ou irregulares, e que podem ser desencadeados pela ansiedade, uma resposta emocional ao estresse que pode resultar em sintomas físicos e psicológicos intensos. A ansiedade afeta o coração e o corpo como um todo, afetando a qualidade de vida. Também, deve ter uma avaliação do cardiologista, pois, podem existir batimentos cardíacos motivados por alterações anatômicas ou funcionais.
A ansiedade pode desempenhar um papel importante no desencadeamento e agravamento das arritmias cardíacas. Quando uma pessoa está ansiosa, o sistema nervoso autônomo é ativado, desencadeando a liberação de hormônios do estresse, como a adrenalina. Esses hormônios afetam diretamente o coração, aumentando a frequência cardíaca e a força das contrações. Em indivíduos predispostos, especialmente aqueles com condições cardíacas subjacentes, esse aumento súbito na atividade cardíaca pode desencadear ou piorar arritmias.
Inflamação crônica
A inflamação crônica também afeta diretamente os problemas do coração causados pela ansiedade, e é um campo de estudo cada vez mais relevante na saúde mental e física. Este sintoma tem sido relacionado a uma série de condições cardíacas, como aterosclerose, uma condição em que as artérias se estreitam devido à acumulação de placas.
A ansiedade crônica é um estado de apreensão e preocupação prolongado, tem sido associada a um aumento nos níveis de substâncias inflamatórias no corpo. Quando vivenciada de forma persistente, a ansiedade desencadeia uma resposta bioquímica que resulta na produção exacerbada de citocinas inflamatórias, moléculas envolvidas no processo inflamatório.
Como tratar a ansiedade e os problemas do coração
A ansiedade pode ser responsável pelo aparecimento de diversos problemas do coração, entre eles a fibrilação atrial, ou seja, uma contração desordenada da musculatura atrial do coração que, em muitos casos, levam ao aumento dos batimentos cardíacos com sensação de mal-estar e tontura. Para isso, é necessário uma avaliação com um cardiologista.
Para proteger a saúde do coração, é fundamental abordar a ansiedade de maneira eficaz e por meio de práticas saudáveis e estratégias de gestão do estresse.
- Acompanhamento psicológico: O acompanhamento psicológico desempenha um papel crucial no manejo da ansiedade. Os profissionais de saúde mental ajudam a entender e enfrentar as preocupações, medos e padrões de pensamento disfuncionais. Através da terapia é possível aprender estratégias para lidar com a ansiedade, modificando comportamentos e pensamentos prejudiciais, conquistando uma melhor qualidade de vida.
- Exercícios e atividades físicas: A prática regular de exercícios físicos pode ajudar a reduzir os níveis de ansiedade, melhorar o humor e fortalecer o coração. Inclua atividades como caminhadas, corridas, ioga ou natação em sua rotina diária.
- Meditação e respiração profunda: A meditação e técnicas de respiração profunda são poderosas ferramentas para acalmar a mente e o corpo.
- Alimentação balanceada: Tenha uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. Evite o consumo excessivo de cafeína, açúcar e alimentos processados, pois podem aumentar a ansiedade.
- Boa rotina de sono: Tenha sono de qualidade e na quantidade adequada de horas. O sono adequado desempenha um papel vital na regulação do estresse e na manutenção da saúde do coração.
- Medicamentos fitoterápicos: A passiflora, também conhecida como flor da paixão, é uma planta conhecida por suas propriedades calmantes e sedativas naturais. Pode ser consumida em chá ou suplementos e tem sido utilizada para aliviar sintomas de ansiedade e promover o relaxamento.
A relação entre ansiedade e saúde cardíaca é uma demonstração clara de como nossa mente e corpo estão intrinsecamente conectados. Ao abordar a ansiedade de maneira eficaz por meio de práticas saudáveis e estratégias de gestão do estresse, você não apenas alivia a ansiedade, mas também protege seu coração para uma vida mais saudável e plena. Consultar um profissional de saúde para orientação personalizada também é fundamental para garantir o melhor cuidado possível para sua saúde física e mental.
Uma alternativa viável é considerar o uso de fitoterápicos como a passiflora. Para isso, entre em contato com seu médico. Antes de tomar qualquer tipo de medicamento é importante buscar orientação de um profissional de saúde, além de manter um acompanhamento regular para monitorar os efeitos e resultados do tratamento.
Referências: