Crianças também podem ter reações físicas e mentais associadas à ansiedade ou estresse. Nem mesmo na infância estamos livres da correria da vida moderna, da pressão por bons resultados ou da necessidade de nos encaixarmos em determinado padrão.
Um estudo realizado pela International Stress Management Association (Isma), afirma que as críticas e desaprovações dos pais são a causa do estresse para 63% das crianças. A pesquisa analisou 220 crianças do Rio Grande do Sul e de São Paulo com idades entre 7 e 12 anos de idade, ainda apontou que o grande número de atividades diárias é a causa do problema para 56% dos entrevistados.
O estresse pode repercutir de maneira diferente em cada criança, de acordo com sua idade, capacidade de elaboração e a maneira como os pais conduziram a questão. Os sintomas, de maneira geral, podem ser traduzidos em problemas físicos sem causas aparentes, como diarreias, náuseas, dores de cabeça e de estômago, além de distúrbios do sono.
Esses problemas podem ser usados pela criança para evitar ir à escola ou outro ambiente social onde possa sofrer bullying, razão pela qual 41% das crianças entrevistadas atestou sentir-se estressada. A estrutura familiar moderna também leva a uma diminuição do tempo de interação entre pais e filhos, empurrando os pais para um sistema de autocobrança e, ao mesmo tempo, de cobrança excessiva da criança, como se os pais procurassem compensar o tempo gasto fora de casa.
O estresse infantil a longo prazo faz com que as glândulas supra-renais passem a produzir corticosteróides em quantidade muito grande. Esse aumento na produção afeta diretamente o sistema imunológico, reduzindo a resistência da criança e tornando-a vulnerável a ao desenvolvimento de infecções e de doenças contagiosas. Em virtude do enfraquecimento do organismo, doenças que permaneciam latentes podem ser desencadeadas, como úlceras, asma, diabetes, problemas dermatológicos, alergias, bronquite e obesidade.
Para psicólogos, a melhor forma de lidar com o estresse infantil é ouvir filhos, prestando atenção às suas reações físicas, se estão adoecendo com frequência e o tipo de diversão que escolhem, já que tendem a resolver problemas através das brincadeiras. Em certos casos, a terapia comportamental ou a psicanalítica poderá ser útil para ajudar a criança a superar o estresse.